domingo, 13 de fevereiro de 2011

A voz de Victor Hugo se fazendo soar na praça Tahrir...

Acabei de concluir o segundo volume de "Os Miseráveis", e até terminar os dois volumes não fiz mais nada a não ser ler, ler e ler... Ninguém aguentava mais!

Mas, ao final dessa obra encantadora de Victor Hugo suspirei pensando que um livro assim é indispensável para a estante e para a alma. Através das personagens fortes e intrigantes, o autor consegue traduzir a essência da humaninade com a profundidade de um poeta e com a responsabilidade de um escriba.
E enquanto eu me deliciava com os revoltosos daquela Paris de 1835 contada por Victor Hugo, acontecia na praça de Tahrir, no Cairo, as insistentes manifestações dos milhares de egípcios que queriam experimentar o gosto da democracia. "É a queda do Muro de Berlim no mundo Árabe", uns diziam enquanto outros sonhavam com "um outro mundo possível" (tema do 11º Forum Social Mundial, que aconteceu em Dacar na semana passada) e foi o presidente Barack Obama que, em seu pronunciamento sobre a renúncia do ditador egípcio, disse que as vozes da Praça Tahrir ecoaram por todo o mundo e que o Egito nunca mais será o mesmo! 

Talvez o mundo não seja mais o mesmo, mas a humanidade acaba sendo a mesma, desde sempre! A batalha em Waterloo, a desocupação do morro do alemão, a Guerra de Canudos, a perversidade de Hitler, a paternidade de Getúlio Vargas; as mães que abortam, a justiça humana que condena, os homens fardados que açoitam; os homens enternados que oprimem; o pedinte no semáforo que se droga pra viver, o "desamado" que acaba sendo confudido com "desalmado", o ladrão que se disfarça de bomba de combustível e todos nós aqui... apáticos e... talvez... até felizes porque não precisamos ir a nenhuma praça implorar por nenhuma democracia. 

Creio que as vozes da praça Tahrir associadas às palavras de Victor Hugo ainda soarão por um bom tempo em meus ouvidos... E meu espírito, ora ou outra, se questionará sobre o quê os meus lábios pronunciam, por onde os meus pés trilham, o quê as minhas mãos produzem e o quê a minha alma anseia avidamente!

4 comentários:

  1. Oi Dani,

    Ainda não li o v.II, mas pela descrição acima percebo que a autênticidade e a forma de escrever do Victor continua impactando ao debulhar os sentimentos e o comportamento do existencialismo humano que a qualquer época e em qualquer nação é traduzido na mesma maneira de agir.
    Simplesmente empolgante! Vou correr para comprar o meu.
    Bj!

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  2. Pois é Flávia...

    Tenho certeza que você gostar tanto quanto gostou do 1º volume... Uma leitura que vale mesmo a pena!

    Boa Leitura!

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  3. Estou aguardando o empréstimo do volume 1. Já terminei o cartas de um Diabo. Troco pau a pau.

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  4. Fechado! Amanhã, em qq esquina, a gente faz a troca... Rsss

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